Eram aproximadamente umas dez horas da manhã, quando se começara no centro do Recife um grande multidão agitada com a notícia de uma eminente revolução oriunda das classes mais abastadas das sociedades civis, militares e religiosas. Essa população apavorada com a história de uma revolução dos militares sem saber os reais motivos desse fato encarou as ruas do Recife como verdadeiras pistas de corridas e de aglomeração de curiosos.
Os desfiles de tanques de guerra, carros blindados e soldados marchando rumo a pontos estratégicos da cidade intimidavam a população que estava a parte do processo político que se firmava. Jango caíra, por quê? A população simples não sabia, e não lhe fazia falta saber disso.
Os protestos dos estudantes ligados principalmente ao partido comunista, refletiram em algumas mortes e tentativas de assassinato assim como prisões de políticos de esquerda.
A população corria por onde não tinha fortificações militares, evitavam ir em direção ao quartel do Derby, o Forte das Cinco Pontas, o forte do Brum e o palácio do governo que estava fortemente cercado pronto para depor o governador Miguel Arraes e a entrada para o Recife Antigo também foram fechados, só restou para a população seguir em direção a rua dos martírios – onde hoje, em parte, é a Dantas Barreto - e suas colaterais que seguiam para outros pontos da cidade com uma fiscalização militar menor, e seguir para as suas casas ouvir o repórter Esso para saber o que estava acontecendo.
E assim começava mais uma página da história recente do nosso amado Brasil, a dominação pelo terror e pelos instrumentos e de repressão, assim como o falso moralismo imposto de cima para baixo como uma forma de dominação social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário