quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Religiões Afro: Cultura e identidade

Não faz nem um mês que eu fui convidado para participar de uma reunião de candomblecistas num terreiro chamado palácio de Oxum, fui despido de preconceitos, afinal para um quase ateu, estudante de história, assistir a uma reunião como essa é um desafio a mais, é conhecer novos horizontes, deparar que existem culturas a parte dessa vida semi-européia que tentamos viver, imitamos a Europa e não vemos as riquezas existentes em outras denominações, tanto culturais, como religiosas.

Os sons dos Ogans, a fumaça produzida pelos cigarros e charutos, além das roupas e das cantorias, recriaram na minha mente retrospectivas do passado em que o Brasil era rural e o candomblé se encorpava com o sincretismo com os credos religiosos católicos, o processo de urbanização, principalmente a partir da década 50 na zona da mata pernambucana, levou os adeptos dessas religiões afro-descendentes para a cidade e seu culto conseguisse mais adeptos, além daqueles antigos trabalhadores rurais.

Um fato peculiar dessas “realidades culturais paralelas”, que convivem com a oficialidade é que elas (re) significam as tradições “alheias” para o seu contexto isso é a parte que mais me intriga, particularmente nas religiões afro, como nasce essa ideia de intercâmbio cultural, afinal, como nascem as religiões? Grandes mistérios.

Outro fator que eu não poderia deixar de elencar era o sentimento de pertencimento à comunidade, a uma luta contra os preconceitos, que ainda persistem em existir (é parte da alma humana, infelizmente) e a luta para não deixar as festas e as tradições desaparecerem, mesmo lutando, contra as leis ( é proibido som alto a partir das 10h, e isso gera muito problemas já que muitas festas começam a partir das 10h ), e contra toda a sorte de infortúnios que essas pessoas sofrem por assumir suas crenças.

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