Ultimamente não me atrevi a escrever, talvez por preguiça ou mesmo por falta de vergonha na cara. Estava esperando por um tema que me doesse, que me revirasse, pois bem, esse tema chegou e agora me sinto obrigado a escrever e dar minha opinião clara e sem rodeios.
Ao ler a reportagem online de hoje do jornal folha de São Paulo minhas entranhas se reviraram. http://www1.folha.uol.com.br/educacao/1138074-mec-vai-propor-a-fusao-de-disciplinas-do-ensino-medio.shtml
O governo, mais uma vez vai mexer na educação. Já não basta ter instituído o ENEM - esta avaliação falida por natureza - como critério de entrada para as principais universidades, agora quer transplantar o modelo que o ENEM "consagrou" de conjuntos de disciplinas juntas: homogeneizadas e descaracterizadas.
Pois bem, não estou falando que nossos professores não estão preparado para tal mudança, não entrarei no mérito dessa questão, isso é óbvio. Todo mundo sabe que tem professor que não está preparado nem pra lecionar a disciplina que estudou na faculdade quanto mais fazer interdisciplinariedade....
A grande questão é: qual é o propósito desse governo em modificar o atual sistema de ensino? Me aproximo de Pascal Bernardin em o "Maquiavel pedagogo" em que vê a escola não é entendida mais como o local onde se ensina conhecimentos elementares para a vida na polis, não. Atualmente a educação é a forma pela qual se uniformiza o cidadão perfeito, apático e solidário ao governo, mesmo quando este vai de contra seus interesses.
Tanto é que essa mudança no ensino médio é só um estágio desse processo, o ensino universitário e até o ensino médio veem passando por essas transformações sem se sentir, a revolução do proletariado vai vir pela transformação cultural, e a cada dia mais a nossa condição de penador livre está sendo dinamitada por estruturas físicas de pensamento que não reconhecem a crítica, o nosso estado democrático de direito está sendo corroído por dentro de forma que não percebemos muitas transformações, e quando essas se apresentam mais visíveis é de forma tolerável e de pouquinho em pouquinho não seremos mais quem somos.
Até quando o PT abusará de nossa paciência?
domingo, 14 de julho de 2013
quinta-feira, 8 de março de 2012
Amigos sí, pero no mucho

"Na noite de quarta-feira, o Senado rejeitou por 36 votos a 31 a recondução de Bernardo Figueiredo para a direção-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O ex-dirigente é técnico de máxima confiança de Dilma" ( Fonte: Reuters ). O governo brasileiro vive num estranha contradição, a oposição, sem voz nem vez, não tem força para barrar nenhum projeto do governo, mas este não tem vida fácil no congresso nacional, sua base aliada diversificada é um dos maiores empecilhos para se fazer de fato com que a presidenta reine.
A recondução de Bernardo Figueiredo foi rejeitada no senado, numa conjuntura muito peculiar, que segundo o site de notícias Reuters o PMDB foi o principal artífice da derrota. Só sobrou a Dilma respirar fundo e lamentar. O PMDB, já é de senso comum é um partido de situação, mas a sua posição privilegiada de grande partido que garante a "governabilidade" é também um problema pois já que sua natureza é grandiosa ele é fragmentado, não é coeso, o que é uma dor de cabeça a mais para os articuladores do governo, garantir as propostas aprovadas com uma base que mais atrapalha do que ajuda.
A base aliada reclama dizendo que não tem espaço para discutir projetos e que são acionados na hora das votações para aprovar os projetos vindos do executivo, isso não me a tradição brasileira é um executivo forte e um legislativo inoperante, salvando algumas exceções históricas que comprovam a regra geral. O baque foi sentido, esse tal de figueiredo foi apontado pela presidenta para desenvolver o projeto do trem bala Campinas - Rio de Janeiro. A Mulher quer antecipar a reunião que tem com os líderes aliados, falando no bom matutês ela vai "acochar o nó" em cima da base para que projetos similares e outros talvez de importância maior não sejam vetados por falta de comunicação, eu pergunto,meu caro leitor amigo quantos cargos a mais a Dilma terá que dar para poder não ter contestação nenhuma, nem da oposição nem da base e poder Reinar absoluta nas terras devolutas do Congresso Nacional.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
Queria ir embora pro passado
Olá amigos, tenho teimado em escrever algo para o blog ( que por sinal está de cara nova e agradeço a Wayne Rodrigues pela ajuda ) por esses dias, minha ideia principal era de escrever algo sobre o passado, mas minha cabeça vai de contra a minha vontade, principalmente quando me deparei com um lindo poema de Jessier Quirino, ao lê-lo senti uma saudade ufanista de tempos que a minha idade não permitiu que eu alcançasse...
Vou-me embora pro passado
http://www.youtube.com/watch?v=lIEpth3vE0g&feature=related
Vou-me embora pro passadoLá sou amigo do reiLá tem coisas "daqui, ó!"Roy Rogers, Buc JonesRock Lane, Dóris DayVou-me embora pro passado.Vou-me embora pro passadoPorque lá, é outro astralLá tem carros VemaguetJeep Willes, MaverickTem Gordine, tem BuickTem Candango e tem Rural.Lá dançarei TwistHully-Gully, Iê-iê-iêLá é uma brasa mora!Só você vendo pra crêAssistirei Rim Tim TimOu mesmo Jinne é um GênioVestirei calças de NycronFaroeste ou DurabemTecidos sanforizadosTergal, Percal e BanlonVerei lances de anáguaCombinação, califonEscutarei Al Di LáDominiqui Niqui NiquiMe fartarei de GrapetteNa farra dos piqueniquesVou-me embora pro passado.No passado tem JerônimoAquele Herói do SertãoTem Coronel LudugeroCom Otrope em discussãoTem passeio de LambretaDe Vespa, de BerlinetaMarinete e Lotação.Quando toca Pata PataCantam a versão musical"Tá Com a Pulga na Cueca"E dançam a música sapecaÔ Papa Hum Mau MauTem a turma prafrentexCantando Banho de LuaTem bundeira e piniqueiraDando sopa pela ruaVou-me embora pro passado.Vou-me embora pro passadoQue o passado é bom demais!Lá tem meninas "quebrando"Ao cruzar com um rapazElas cheiram a Pó de ArrozDa Cachemere BouquetCoty ou Royal BriarColocam Rouge e LaquêEnglish Lavanda AtkinsonsOu Helena RubinsteinSaem de saia plissadaOu de vestido TubinhoCom jeitinho encabuladoFlertando bem de fininho.E lá no cinema RexSe vê broto a namorarDe mão dada com o guriCom vestido de organdiCom gola de tafetá.Os homens lá do passadoSó andam tudo tinindoDe linho DiagonalCamisas Lunfor, a talSapato Clark de cromoOu Passo-Doble esportivoOu Fox do bico finoDe camisas Volta ao MundoCaneta Shafers no bolsoOu Parker 51Só cheirando a Áqua VelvaA sabonete GessyOu Lifebouy, EucalolE junto com o espelhinhoPente Pantera ou FlamengoE uma trunfinha no quengoCintilante como o sol.Vou-me embora pro passadoLá tem tudo que há de bom!Os mais velhos inda usamSapatos branco e marromE chapéu de aba largaRamenzone ou Cury LuxoOuvindo Besame MuchoSolfejando a meio tom.No passado é outra história!Outra civilização...Tem Alvarenga e RanchinhoTem Jararaca e RatinhoAprontando a gozaçãoTem assustado à VermuthAo som de Valdir CalmonTem Long-Play da MocamboMas Rosenblit é o bomTem Albertinho LimontaTem também Mamãe DoloresMarcelino Pão e VinhoTem Bat Masterson, tem LesseTúnel do Tempo, tem ZorroNão se vê tantos horrores.Lá no passado tem corsoLança perfume RodouroGeladeira KelvinatorTem rádio com olho mágicoABC a voz de ouroSe ouve Carlos GalhardoEm Audições MusicaisPiano ao cair da tardeCancioneiro de SucessoTem também Repórter EssoCom notícias atuais.Tem petisqueiro e bufêJunto à mesa de jantarTem bisqüit e bibelôTem louça de toda corBule de ágata, alguidarSe brinca de cabra cegaDe drama, de garrafãoCamoniboi, balinheiraDe rolimã na ladeiraDe rasteira e de pinhão.Lá, também tem radiolaDe madeira e baquelitaLá se faz caligrafiaPra modelar a escritaSe estuda a tabuadaDe Teobaldo MirandaOu na Cartilha do PovoLendo Vovô Viu o OvoE a palmatória é quem manda.Tem na revista O CruzeiroA beleza femininaTem misse botando bancaCom seu maiô de elancaO famoso CatalinaTem cigarros YolandaContinental e AstóriaTem o Conga Sete VidasTem brilhantina GlostoraEscovas Tek, FrisanteRelógio Eterna MaticCom 24 rubisPontual a toda hora.Se ouve página sonoraNa voz de Ângela Maria"— Será que sou feia?— Não é não senhor!— Então eu sou linda?— Você é um amor!..."Quando não querem a paqueraMulheres falam: "Passando,Que é pra não enganchar!""Achou ruim dê um jeitim!""Pise na flor e amasse!"E AI e POFE! e quizilaMas o homem não cochilaPassa o pano com o olharSe ela toma PostafenQue é pra bunda aumentarEle empina o polegarFaz sinal de "tudo X"E sai dizendo "Ô Maré!Todo boy, mancando o péInsistindo em conquistar.No passado tem remédioPra quando se precisarLá tem Doutor de famíliaQue tem prazer de curarLá tem Água RubinatMel Poejo e AsmapanBromil e CapivarolArnica, PhimatosanRegulador XavierTem Saúde da MulherTem Aguardente AlemãTem também CapilotonPentid e TerebentinaXarope de Limão BraboPílulas de Vida do Dr. RossTem também aqui pra nósUma tal RobusterinaA saúde feminina.Vou-me embora pro passadoPra não viver sufocadoPra não morrer poluídoPra não morar enjauladoLá não se vê violênciaNem droga nem tanto mauNão se vê tanto barulhoNem asfalto nem entulhoNo passado é outro astralSe eu tiver qualquer saudadeEscreverei pro presenteE quando eu estiver cansadoDa jornada, do batenteTerei uma cama PatenteDaquelas do selo azulNum quarto calmo e seguroOnde ali descansareiLá sou amigo do reiLá, tem muito mais futuroVou-me embora pro passado
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
As moedas obsidionais holandesas
Numa das aulas da cadeira de história moderna I, o professor Biu Vicente nos alertou para algo simples que por várias vezes passa-se por despercebido pelas pessoas no dia-a-dia, segundo ele o ser humano precisa saciar três necessidades básicas: o que comer, o que vestir, onde morar. É só a partir superação dessas dificuldades que o ser humano pode se ater a outras subsequentes.
A WIC (traduzindo: Companhia das Índias Ocidentais) se lançou numa empreitada totalmente arriscada, financeiramente falando, ao desembarcar em terras brasileiras para dominar a capitania mais rica da colônia portuguesa nas Américas, sendo os primeiros anos de dominação flamenga em Pernambuco, um período de extrema dificuldade para os próprios holandeses, que muitas vezes não e atreviam a adentrar nas matas em busca de frutas com medo da resistência que utilizava de técnicas de guerrilha para eliminar o inimigo[1].
Esse período de dificuldades foi sucedido por uma relativa estabilidade opulenta mitificada na figura de Nassau. Após o retorno de Nassau à Holanda a administração local bastante endividada – justamente para manter as tais três necessidades básicas do exército que veio para assegurar a invasão, sem o que comer, sem o que vestir, e sem onde morar o exército não teria força efetiva para continuar a luta contra a resistência –.
Na tentativa desesperada de manter a lealdade das tropas e saldar várias dívidas a administração local assumiu uma política monetária ofensiva e desesperada[2]. No dia 18/08/1645 foi autorizada uma cunhagem de moedas de ouro quadradas de 3,6 e 12 florins ou ducados[3], o ouro deveria ser ou proveniente da Guiné ou e qualquer outra fonte.
A primeira cunhagem não oi suficiente para sanar as contas, então no ano seguinte, 1646, houve uma nova emissão, e fica evidenciado no relatório (generale missive) de 23/08/1646, a retirada em caixa do ouro proveniente da guiné vindo pelo navio Edracht, nesse ano a cunhagem de moedas girou em torno de 119.569.18 florins.
Já em 1647 não existe uma certeza histórica se houve ou não a cunhagem de moedas de cerco, há uma possibilidade de existir uma cunhagem nesse ano se remetendo ao ano anterior, as moedas de 47 teriam então sido datadas com o número de 46, para evitar maiores problemas com a WIC.
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III florins emissão de 1645 |
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VI florins emissão de 1645 |
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XII florins emissão de 1645 |
[1] Mello, José Antônio Gonçalves de; Tempos dos flamengos. Ed. Massangana, 1987
[2] Moedas obsidionais,de cerco, de emergência são moedas cunhadas em períodos de guerra revolução, cerco, escassez,calamidade pública, etc. Madeira, Benedito Camargo; A moeda através dos tempos. Edição independente, 1993
[3] Salazar, Guilherme de Alencastro; As oficinas monetárias e as primeiras casas da moeda no Brasil. Ed. Universitária UFPE. Recife, 1991
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Vamos brincar de Cambindas!
A brincadeira das Tradicionais cambindas de Ribeirão é mais uma das mais variadas festas iniciadas na república que relembram os tempos da monarquia, com a presença de um rei e uma rainha, e da escravidão com os participantes se pintando de negros e revivendo através da dança e das letras da música, essa raiz africana pertencente a nós brasileiros.
A cidade se orgulha por essa tradição e espera que esta, não se perca e que se possa muitas vezes se cantar: “Todo mundo já dizia que as cambindas não saia.....”
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
A ditadura do mal gosto
Poucos momentos da história a humanidade ocidental foi tão entregue ao mau gosto e a burrice generalizada, a alienação e o impedimento da verdadeira liberdade de expressão, é sim a liberdade de expressão existe só na constituição, na prática é impraticável, a máquina obscura instituiu nos corações e mentes da população um próprio aparelho de censura, a ditadura militar criou e extinguiu o AI 5, mas a verdade é que os brasileiros censuram cada vez mais obras libertárias e se vendem aos best-sellers norte-americanos, pré-produzidos, sem falar nessa generalização de padrões de gosto que excluem cada vez mais do cenário a autenticidade de obras e obriguem os autores a (re) significarem seus estilos colocando-os numa “vibe” mais “moderna”.
Principalmente no Brasil a ditadura do mau gosto anda de mãos dadas ao período de redemocratização pós golpe militar, a conjuntura externa com a máquina de produção americana querendo vender nos países emergentes, e nós aqui querendo parecer mais um pouquinho com o Tio Sam foi juntar o útil ao agradável, a sociedade brasileira precisa de uma identidade nacional forte, que não se limite à carnaval, samba, futebol e bundas, trabalhar para a construção de uma identidade nacional séria à nível de país respeitável, e não como um qualquer ponto de turismo sexual nos trópicos, é de responsabilidade de nós historiadores e também da opinião pública, caminhando juntos historiadores e opinião pública traremos para o mundo as várias identidades regionais riquíssimas que faz do Brasil um caldeirão cultural efervescente e independente.
Precisamos ser independentes.....
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Religiões Afro: Cultura e identidade
Não faz nem um mês que eu fui convidado para participar de uma reunião de candomblecistas num terreiro chamado palácio de Oxum, fui despido de preconceitos, afinal para um quase ateu, estudante de história, assistir a uma reunião como essa é um desafio a mais, é conhecer novos horizontes, deparar que existem culturas a parte dessa vida semi-européia que tentamos viver, imitamos a Europa e não vemos as riquezas existentes em outras denominações, tanto culturais, como religiosas.
Um fato peculiar dessas “realidades culturais paralelas”, que convivem com a oficialidade é que elas (re) significam as tradições “alheias” para o seu contexto isso é a parte que mais me intriga, particularmente nas religiões afro, como nasce essa ideia de intercâmbio cultural, afinal, como nascem as religiões? Grandes mistérios.
Outro fator que eu não poderia deixar de elencar era o sentimento de pertencimento à comunidade, a uma luta contra os preconceitos, que ainda persistem em existir (é parte da alma humana, infelizmente) e a luta para não deixar as festas e as tradições desaparecerem, mesmo lutando, contra as leis ( é proibido som alto a partir das 10h, e isso gera muito problemas já que muitas festas começam a partir das 10h ), e contra toda a sorte de infortúnios que essas pessoas sofrem por assumir suas crenças.
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